terça-feira, 5 de março de 2024

Rio Covo!

O documento mais antigo que se conhece mencionando esta freguesia data do ano de 906, designando-a de Santa Eulália de Águas Santas, Santa Olaia ou Santa Baia, como outrora lhe chamava o povo. Só mais tarde é que viria a adoptar o apelido do rio que nela passa. Aparece neste tempo igualmente com a designação de Sylva Scura significando “ bosque escuro” dando a entender que seria uma zona de mata densa. As suas fronteiras mantêm-se desde então sem alterações significativas. A designação de “Águas Santas” resulta das águas de uma fonte desta Freguesia serem consideradas milagrosas.

No Censual de Braga, do século XI, já surge com a designação de Santa Eulália de Ribulo Côvo. A Freguesia aparece ainda mencionada nas Inquirições de D. Afonso II, em 1220. Depois, em 1290, aparece como Couto de Santa Ovaia de Rio Côvo.

Rio Côvo Santa Eulália, estava integrada nas Terras de Faria. O Rei não tinha aqui algum reguengo e davam ao Senhor da terra “colheita” umas vezes o terço, outras o quarto e outras o quinto. Esta Freguesia tinha dentro dos seus limites sesmarias e 18 casais, o Hospital 11 Casais, o Sepulcro 1 casal e Várzea 4 casais. A sua comenda tinha ainda casais em Midões, Silveiros, Remelhe, Moldes, Pedra Furada, Chorente, Moure, Paradela, Pereira, etc.
Esta Freguesia foi Comenda dos da Ordem dos Templários que, segundo a opinião de alguns escritores, foi admitida em Portugal, em 1125, pela Rainha D. Tareja. Em 1128, já tinha casa em Braga, onde também teve um Hospital. Extinta a Ordem dos Templários em 1312, el-rei D. Dinis criou a nova Ordem de Cristo, passando para esta todos os bens daquela.

O meu bisavô João José, não era desta freguesia, nem tão pouco a mulher com quem ele decidiu casar-se, mas foi aqui que decidiu formar a sua família e aqui viveu até que o Criador o chamou à sua presença. Mais de meia dúzia de filhos aqui viram a luz do dia e daqui partiram para conhecer o mundo, talvez a excepção seja o filho mais velho, David, que nasceu ainda antes do seu casamento, enquanto a sua mãe morava ainda na casa dos pais, na freguesia de S. Jorge de Airó.

Ainda não conheço a praiinha fluvial que a imagem acima mostra, mas prometo lá voltar e procurar a praia, além da "fonte milagrosa" referido no texto acima transcrito. Santa Baia, a freguesia onde o meu primo Zé Canano foi escolher noiva para se casar. Lembro-me bem de o meu pai aparecer com a notícia lá em casa. O meu afilhado, disse ele, foi arranjar mulher a Santa Baia que é 10 anos mais velha que ele, mas tem uma casinha, onde podem ficar a morar. Muito prático este meu primo, não o posso censurar que a vida é bem difícil e traz-me à memória aquele ditado que diz: - Viver não custa, o que custa é saber viver. E ele sabia, era um lutador, pena foi a doença levá-lo tão cedo deste mundo. Que tenha o descanso eterno, desejo eu ao recordá-lo aqui!

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