A minha trisavó, Ana Martins, registou o seu filho João José com o apelido de Sousa, vá lá saber-se porquê. Como se pode ler no texto acima transcrito, os apelidos de Sousa e Martins já existiam no Século XIII, mas seria muito difícil, ou até impossível, descobrir que relação de família podia existir entre esses senhores - que parecem pertencer à Nobreza - e a minha familiar directa de há 4 gerações, nascida no dealbar do Século XIX que usava o apelido de Martins.
Milhazes é uma pequena freguesia, com menos de mil habitantes que foi agregada a Vilar de Figos e Faria, formando uma União de freguesias, por aplicação da chamada "Lei Relvas". Situada na encosta do Monte de Nossa Senhora da Franqueira, virada a ocidente e a poucos quilómetros do Oceano Atlântico (em linha recta). Vê o sol nascer um pouco mais tarde que os seus vizinhos do outro lado do monte, mas, em contrapartida, vê o sol até ele se esconder no mar.
Como todas as mães solteiras desse tempo, a minha trisavó Ana, fugiu de Milhazes para a Várzea, outra freguesia de Barcelos, situada a oriente do referido Monte da Franqueira, para se poupar à vergonha de parir um filho sem pai. Pai ele devia ter, pois a minha avó não engravidou por obra e graça do Divino Espírito Santo, como a Virgem Maria, mas dar as caras e assumir o filho é que ele não fez. Talvez ele usasse o apelido de Souza e descendesse do tal Fernão Garcia de Souza, mencionado acima.
Não vejo outra razão para a minha antepassada registar o filho como Souza, a não ser criar uma ligação entre pai e filho para que eu, muitos anos passados, disso tomasse conhecimento. Infelizmente, nunca o conseguirei comprovar, pois não há quaisquer registos, antes do ano de 1606. O primeiro registo data de 29 de Novembro, desse ano e o seguinte registo é já do ano de 1607.