sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Este fato faz com que diversos pesquisadores acreditem que João Garcia era um dos cavaleiros ao serviço da importante linhagem dos Sousa, o que parece, de resto, confirmar-se pelo fato de o seu nome surgir, nas Inquirições de 1258, ao lado do conde e trovador Gonçalo Garcia de Sousa, filho de Garcia Mendes e Elvira Gonçalves.

Pelas suas composições se depreende que teria frequentado a corte castelhana de D. Afonso III, e permaneceu alguns anos na corte de Afonso X de Leão e Castela, acompanhando talvez o percurso inicial de Gonçalo Garcia, ou mesmo do seu irmão, Fernão Garcia de Sousa.

Em meados do século, João retornou a Portugal, provavelmente a Faria, perto Milhazes, onde criou os seus filhos e local onde se encontram duas de suas composições. Está ainda documentado aí em 1270, confirmando o testamento de um Lourenço Martins, marido de Sancha Pires de Guilhade, provavelmente sua familiar.

Igreja Paroquial de Milhazes

Encontrei este texto na Infopédia e resolvi transcrevê-lo para aqui, o que vai servir para eu aprofundar, ou talvez não, as minhas origens no que respeita à freguesia de Milhazes, concelho de Barcelos.

A minha trisavó, Ana Martins, registou o seu filho João José com o apelido de Sousa, vá lá saber-se porquê. Como se pode ler no texto acima transcrito, os apelidos de Sousa e Martins já existiam no Século XIII, mas seria muito difícil, ou até impossível, descobrir que relação de família podia existir entre esses senhores - que parecem pertencer à Nobreza - e a minha familiar directa de há 4 gerações, nascida no dealbar do Século XIX que usava o apelido de Martins.

Milhazes é uma pequena freguesia, com menos de mil habitantes que foi agregada a Vilar de Figos e Faria, formando uma União de freguesias, por aplicação da chamada "Lei Relvas". Situada na encosta do Monte de Nossa Senhora da Franqueira, virada a ocidente e a poucos quilómetros do Oceano Atlântico (em linha recta). Vê o sol nascer um pouco mais tarde que os seus vizinhos do outro lado do monte, mas, em contrapartida, vê o sol até ele se esconder no mar.

Como todas as mães solteiras desse tempo, a minha trisavó Ana, fugiu de Milhazes para a Várzea, outra freguesia de Barcelos, situada a oriente do referido Monte da Franqueira, para se poupar à vergonha de parir um filho sem pai. Pai ele devia ter, pois a minha avó não engravidou por obra e graça do Divino Espírito Santo, como a Virgem Maria, mas dar as caras e assumir o filho é que ele não fez. Talvez ele usasse o apelido de Souza e descendesse do tal Fernão Garcia de Souza, mencionado acima.

Não vejo outra razão para a minha antepassada registar o filho como Souza, a não ser criar uma ligação entre pai e filho para que eu, muitos anos passados, disso tomasse conhecimento. Infelizmente, nunca o conseguirei comprovar, pois não há quaisquer registos, antes do ano de 1606. O primeiro registo data de 29 de Novembro, desse ano e o seguinte registo é já do ano de 1607.

1 comentário:

  1. Depois de terminada a publicação, fui espreitar os Registos Paroquiais de Milhazes e descobri que tanto o pai, como também o padrinho, da Ana usavam o apelido de Souza. Mais até, o avô chamava-se Manuel José de Souza, o que justifica que o João, filho da Ana, recebesse o nome de João José de Souza, herdando os apelidos do seu avô. Tudo se torna mais fácil, quando a gente conhece os pormenores da história.

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