sexta-feira, 21 de junho de 2024

Seis palmos e meio de terra!

 Segundo as regras dos nossos avós, um defunto devia ser enterrado seis palmos e meio abaixo da terra que pisamos. Isto para evitar que pudéssemos ser contaminados por algum vírus ou bactéria que eles tivessem em vida ou até depois de mortos. E bactérias é o que mais há num morto, pois são elas que se encarregam de o comer e transformar, de novo, em matéria orgânica. Tal e qual como está escrito nos livros sagrados, do pó vieste e ao pó retornarás.

Tenho ido visitar o cemitério de Macieira e desde que soube o lugar aproximado, onde foi enterrada a minha bisavó Eusébia, passo o tempo que lá estou a olhar para os cerca de 50 metros quadrados, ocupados por 9 sepulturas, porque sei que foi naquele espaço que foi sepultada, nos idos de 1938.

Um dos 9 jazigos está meio abandonado e vou fazer uma proposta à sua proprietária, de seu nome Eunice Oliveira, para passar para mim essa propriedade. Aliás, segundo informações que recebi, a D. Eunice emigrou para Angola, há muitos anos, e após a independência regressou a Portugal e foi viver para a Régua que era a terra do seu marido. Não sei que idade teria, quando foi para Angola, mas devia ter a maioridade (21 anos) para poder emigrar assim sem a companhia dos pais. Isto pode ter acontecido meia dúzia de anos antes do 25 de Abril, e se isso for verdade, pode ter, hoje, muito perto de 80 anos. Ou ter já falecido!

Se puder adquirir esse tal jazigo, planeio substituir a pedra-mármore que compõe a cabeceira por outra que tenha os seguintes dizeres:

Em memória de
Eusébia Alves de Sousa
e seus familiares sepultados neste cemitério

Nunca saberei o lugar exacto, onde ela foi sepultada, mas terei a certeza que estou a pisar a terra muito próxima daquela que lhe cobriu o caixão, 7 palmos mais abaixo! 

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